Henrique Tavares Vamos combinar: pouca coisa é mais frustrante do que contratar alguém promissor, investir no processo seletivo, preparar contrato, crachá, e ver a pessoa sair em dois meses porque “não se adaptou”.
Pois é. A boa notícia é que o problema, na maioria dos casos, não é o perfil. É o processo.
O onboarding — quando bem feito — pode ser o diferencial entre um talento engajado e produtivo ou alguém que entrega o mínimo até surgir outra proposta. E se você está no RH, sabe bem o impacto disso na cultura, nos números e no seu próprio tempo.
Neste artigo, vamos mostrar como estruturar um processo de onboarding estratégico e humanizado, com base nos 6 C’s do onboarding moderno. Também trazemos dicas práticas pra você aplicar agora — mesmo se sua empresa estiver no modelo remoto ou híbrido.
Afinal, o que é onboarding (de verdade)?
Mais do que entregar notebook, crachá e senha do e-mail, o onboarding é o processo de integração real do colaborador à empresa. É quando ele entende o que se espera dele, sente segurança para desempenhar suas tarefas e começa a criar vínculos com o time, com os valores e com a cultura.
E o impacto é comprovado: empresas com onboarding estruturado aumentam a retenção de novos talentos em até 82% e a produtividade em mais de 70% nos primeiros meses, segundo dados da Glassdoor.
Os 6 C’s de um onboarding estratégico
Se você ainda pensa em onboarding como uma etapa da área de DP, é hora de mudar o jogo. O modelo dos 6 C’s ajuda a transformar o processo em uma ferramenta estratégica de engajamento, alinhamento e performance.
1. Compliance
✔️ Documentos, políticas, normas internas.
Comece certo: garanta que o novo colaborador tenha clareza sobre obrigações legais, código de conduta e regras internas. Use ferramentas digitais para simplificar essa etapa sem torná-la fria.
2. Clarification
✔️ O que se espera de mim aqui?
É fundamental deixar claro o papel, as metas, os indicadores e com quem o novo colaborador pode contar. Ambiguidade mata a motivação.
3. Culture
✔️ Como as coisas funcionam por aqui?
Onboarding é a hora de traduzir a cultura na prática. Não vale só falar de valores: mostre como eles aparecem no dia a dia, nas decisões e nos rituais da empresa.
4. Connection
✔️ Quem são as pessoas que fazem isso acontecer?
Facilite conexões reais desde o início. Apresente a equipe, incentive conversas informais, promova dinâmicas ou cafés virtuais (se for remoto). A integração começa com vínculo.
5. Confidence
✔️ Estou seguro(a) pra começar?
Apoie a construção de confiança com feedbacks rápidos, validações constantes e espaço para dúvidas. Isso acelera o tempo até a autonomia e reduz o estresse da adaptação.
6. Checkback
✔️ E aí, como você está se sentindo?
O onboarding não termina na primeira semana. Estruture check-ins periódicos no primeiro mês, terceiro e sexto, ajustando rota, acolhendo impressões e garantindo que o colaborador siga engajado.
Dicas práticas para implementar agora
Com base nas boas práticas da Convenia, aqui vão cinco ações simples e eficazes:
- Conte a história da empresa com propósito
Evite apresentações frias. Conecte a missão da empresa com o papel do novo colaborador. Ele precisa se ver fazendo parte disso. - Apresente as pessoas-chave
Crie um mapa de contatos úteis. Quem resolve o quê? Com quem falar sobre benefícios? Isso reduz ansiedade e aumenta autonomia. - Mostre benefícios de forma clara e empática
Planos de saúde, política de home office, auxílio psicológico: esses detalhes importam. Mas precisam ser comunicados de forma humanizada. - Utilize ferramentas digitais com inteligência
Vídeos, plataformas de onboarding, checklists digitais… tudo ajuda. Mas sem perder o toque humano. O equilíbrio entre tech e calor faz a diferença. - Mantenha o canal aberto
Tenha um espaço onde o novo colaborador possa trazer dúvidas, feedbacks e inseguranças. Pode ser com o RH, um padrinho ou até um canal anônimo.
Dica de quem faz na prática: onboarding na Elettromec
Durante o nosso webinar Como a Automação e a IA estão transformando o RH, a Lilian Ghirotto (coordenadora de DHO da Elettromec) compartilhou algumas ações que ela aplica no dia a dia para tornar o onboarding mais acolhedor e estratégico.
👉 Quer assistir o webinar completo e se inspirar com mais práticas reais?
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Onboarding remoto também pode ser incrível
Sim, a distância dificulta, mas não impede. O segredo está em:
- Enviar kits de boas-vindas personalizados
- Usar vídeos para contar a cultura da empresa
- Agendar conversas com lideranças
- Reforçar acompanhamento por canais assíncronos
- Priorizar clareza e acolhimento em cada interação
Um onboarding remoto bem estruturado pode gerar ainda mais encantamento — especialmente se for surpreendente.
Conclusão
Se você quer transformar o RH em uma alavanca estratégica da sua empresa, comece pelo onboarding.
Não é apenas sobre “receber bem”: é sobre reter, engajar e acelerar performance desde o dia 1. Os 6 C’s são uma bússola poderosa pra isso.
Na dúvida, revise o seu processo atual com essa lente. O que pode ser mais claro? Mais humano? Mais alinhado com a cultura?
E se precisar de ajuda para automatizar essa jornada e escalar com qualidade, é só levantar a mão. A Eva está aqui pra isso. 😉
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